Tomar - Ponte Velha - Rio Nabão - Portugal

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Fotografia: Joaquim Francisco - Tomar - 2008-02-25

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Alguém que pensa que: Não há nada de oculto que não deva aparecer ao público. Se alguém tem ouvidos, que ouça. Se alguém tem olhos, que veja. Se alguém tem boca, que fale.

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Portugal. Aonde vais parar, por este andar.

Todos os dias se houve falar ou comentar sobre a crise, pobreza, desemprego, corrupção, esquemas, crimes violentos, justiça e injustiça. Pergunto: O que se está a fazer para contrariar tais situações?... Por este País fora, aumenta e multiplica-se cada vez mais o descontentamento, mas, para fazer jus aos nossos brandos costumes (somos bons nisso), porque parece mal falar demais, porque soa a demagogia ou porque quem tem a palavra são só alguns (mas esquecem-se dos outros), pouco ou nada se faz. As situações e casos bombásticos vão-se anulando, uns aos outros, pela sua mediatização e nós pobres mortais, vamos deixando passar. Os resultados práticos, a punição dos culpados, o responsabilizar pelos maus actos praticados, o pedir desculpa pelos erros cometidos e, acima de tudo, proteger os mais desfavorecidos das agruras da vida e das injustiças sociais, políticas e económicas, ficam na gaveta da impunidade, retórica gratuita e filosófica, tão característica de quem sabe empregar bem a oratória manipuladora e contornar os meandros de uma jurisprudência obscura e ambígua, ardilosa e feita a pensar na "máquina".A máquina que não se vê mas sente-se, não trabalha mas manipula, a favor sempre do interesseiro. A situação caótica a que se chegou é de tal ordem preocupante e sem retorno que (não querendo ser céptico ou ser acusado de agoirento) o futuro não se apresenta brilhante ou com melhorias. Antes pelo contrário, cada vez pior. Porquê?... Porque os interesses instalados, os lóbis, as corporações, os indivíduos poderosos e que se sabem movimentar dentro do sistema, e porque não apontar o dedo também ao Estado que não está isento de responsabilidade (veja-se a dissemelhança entre ricos e pobres, o fosso que existe ao nível salarial por exemplo), têm a sua vivência diária, entranhada de atitudes que moral e socialmente são condenáveis mas cuja habituação, as tornou normais e praticáveis. É caso para utilizar a expressão: "Não mudes não, vais ver aonde vais parar". Uma reflexão apurada e isenta de secundaríssimas intenções, poderia, muito remotamente, endireitar todo este imbróglio, em que todos nós estamos metidos. Não acredito no entanto que alguém seja "puro" o suficiente para o fazer. Por tudo isto, repito, não tenho esperança de que melhores dias virão. Pensem nisto e nisso…
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In Jornal Cidade de Tomar 2008-03-28
Por: Joaquim Francisco - Tomar 2008-03-12