Tomar - Ponte Velha - Rio Nabão - Portugal

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Fotografia: Joaquim Francisco - Tomar - 2008-02-25

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Alguém que pensa que: Não há nada de oculto que não deva aparecer ao público. Se alguém tem ouvidos, que ouça. Se alguém tem olhos, que veja. Se alguém tem boca, que fale.

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Crise?... Qual crise?...

Digam o que disserem, escrevam o que escreverem, mesmo que não tenha sido a pior participação de Portugal, foi de certeza absoluta, a mais polémica e a que mais "diz que disse" e "desculpem se me contradigo", a que se assistiu. Estou-me a referir, como é evidente, aos Jogos Olímpicos e comitiva portuguesa interveniente. Esta crise de valores desportivos a que assistimos, esteve também, bem patente, nos últimos resultados e igualmente “brilhantes” da selecção de futebol (época Scolari) que, diga-se de passagem, não surpreendem. Tudo isto não passa de um espelho muito bem polido de uma realidade que se está a tornar endémica em Portugal a que poderemos dar o nome de CRISE (lá voltamos ao mesmo tema...).
Vejamos alguns exemplos:
1 – Crise de Valores – É ou não verdade que a nossa geração de jovens (felizmente, nem todos), não tem educação. Em três palavras utilizadas, uma é asneira. Não pedem desculpa se nos dão um encontrão. Ainda nos ofendem se chamamos a atenção para algo errado que fizeram e batem na família e nos professores se for necessário. Esta geração telemóvel (dois pelo menos) está a sofrer na pele, a falta da “Família”. Mas isso implicaria outra discussão filosófica/social.
2 – Crise Familiar – Está subjacente à anterior e não se vêm melhoras. Para sobreviver ou manter um nível de vida acima da média o agregado familiar tem de passar a maior parte do tempo na rua, a trabalhar, relegando para segundo plano esse mesmo agregado, no seu mais precioso conceito, a Família.
3 – Crise de Dinheiro – Os Orçamentos que o Estado português tem apresentado ano após ano (contenção, contenção, contenção…), ficam muito aquém das expectativas e reais necessidades do povo. Esta dura realidade, reflecte-se literalmente nas finanças familiares, como um sistema de bola de neve que esmaga e sufoca, esses mesmos agregados.
4 – Crise na Política – Bem, sobre esta… nem sei por onde começar. Vou ficar por aqui pois haveria tanto para escrever…
5 – Crise energética – Culpam-na do aumento do custo de vida mas para combater esse flagelo, vamos lá “despir” as gravatas. Este exemplo único vem da ONU que pensa poupar 66 mil euros/mês em energia (fonte RTP). Mas continuam a circular em bestiais carros que consomem 25 litros aos 100 Km (esta ideia não é minha mas, quem o disse, esteve bem) estes ONU’S são loucos (diria Asterix) e, digo eu.
6 – Crise na Habitação – Com as Taxas de juro a subir, o patamar de estabilidade das famílias começa a ruir como um castelo de cartas. O efeito dominó é avassalador pois não havendo compradores, não existe escoamento do produto logo, escusa-se de construir mais casas logo, a construção diminui logo, o desemprego nesta área aumenta logo, vai existir uma crise laboral logo, os portugueses têm de ir construir para outros destinos logo, vão para Angola e Brasil logo, o “desordenamento” urbanístico vai de férias para outras paragens logo, Portugal fica mais rico… Urbanisticamente falando, há males que vêm por bem.
7 – Crise na Educação – A polémica está instalada. Quem nasceu primeiro, foi o ovo ou a galinha. O mesmo é dizer: De quem é a culpa?... Das políticas ou dos agentes intervenientes. Bem vistas as coisas, se calhar é de ambos. Ou seja, junta-se a fome com a vontade de comer e cada um puxa a brasa à sua sardinha. Ora aqui estão os ditados populares ao serviço da educação.
8 – Crise nos Transportes – Endividados, caros, com Administrações que deixam muito a desejar e mesmo assim, Portugal quer mostrar ao Mundo que tem condições para TGV’S milionários, Aeroportos “Topo de Gama” e Pontes, muitas pontes é que está a dar (não entendo esta obsessão por pontes, isso pega-se?...).
Explanei 8 (oito) casos de Crise o que me leva a escrever que em Portugal, estamos feitos num OITO. Resta-me a consolação que os nossos dirigentes políticos ao lerem estas palavras, vão ter uma grande Crise de Nervos, ou não.
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In Jornal Cidade de Tomar - Edição N.º 3822 - 2008-09-05
Por: Joaquim Francisco - Tomar - 2008-08-31
Fotografia: Joaquim Francisco - Tomar - Rua Dr. Joaquim Jacinto (lado nascente)