Tomar - Ponte Velha - Rio Nabão - Portugal

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Fotografia: Joaquim Francisco - Tomar - 2008-02-25

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Alguém que pensa que: Não há nada de oculto que não deva aparecer ao público. Se alguém tem ouvidos, que ouça. Se alguém tem olhos, que veja. Se alguém tem boca, que fale.

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A linguagem, na origem da crise…

Depois de alguma pesquisa, concluí que a crise que grassa no Mundo teve origem na linguagem utilizada no universo económico. A mesma, é de tal maneira obscura e hermética que leva os seus utilizadores a baralharem as contas, remunerarem-se regiamente, delapidarem capitais, inventarem esquemas “manhosos” e levar à ruína as instituições.
Assim, leia-se o percurso de uma empresa:
Através de uma absorção, o activo de uma empresa sofre uma alanvacagem. O swot e o benchmarking originam uma brainstorming que se transforma numa break-even point se utilizarem um bom business plan. Para evitar um crach há a necessidade de implementar um bom case study para que o seu cash-flow origine um bom cluster e o cross-selling essencial ao downsizing implementado. Sofrendo com o dumping, surgem paralelamente a especulação e a euribor, ambas a contribuir para o arranque de um franchising e fusão antecipada. A nova golden share, aproveita o inside trading e a joint-venture provocada pelo leasing cobrado, obrigando a um marketing-mix e paralelamente originando um mark-up. A compra de merchandising reduz a possibilidade de oligopólio e o offshore pode assim aumentar através do outsourcing. Se a empresa aumentar os seus payout ratio e plow back, pode por sua vez aumentar a pull e a push (análogo a uma boa prime rate) tendo em vista consolidar o rating e o Royalties cobrados. Um bom start-up e spread, melhora o swap e o up-selling dando à empresa um bom e permanente warrant.
Como podem ler, com termologia assim, não existe empresa que resista a uma boa crise, digo eu. E, coitadinhos dos Srs. Gestores, realmente, é a atrapalhação total, com semelhante linguagem, só poderia dar em crise.
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In Jornal Cidade de Tomar - N.º 3833 - 21-11-2008
Por: Joaquim Francisco - Tomar - 2008-11-02